O que acontece com o Manchester United? Essa é a grande pergunta que absolutamente ninguém soube responder em todos estes últimos anos de fracasso do gigante inglês, seja nos torneios nacionais, quanto no cenário europeu. 

Como um cara que cresceu vendo a equipe ser a protagonista, vou ousar pontuar algumas coisas que, em meu entendimento, atrapalham o time a retornar a ocupar este patamar. 

Pra gente começar a discutir algumas questões, devemos retornar ao ano de 2013, último de Sir Alex Ferguson no comando, o maior treinador da história do clube e consequentemente o mais vencedor. Em 27 anos, foram 38 troféus erguidos, sendo 13 Premier League e duas Champions League.

A partir daí, iniciaria o calvário dos Red Devils em busca de um protagonista do tamanho do escocês. Somando adjuntos e treinadores oficiais, foram oito nomes até a chegada do português Ruben Amorim.

Alguns homens de renome passaram pelo comando do time, como Louis van Gaal e Mourinho. Outros considerados apostas também, casos de David Moyes (primeiro a assumir o cargo após Ferguson), Solsjkaer, Ralf Rangnick e por último Erik ten Hag.

Independente da característica e tempo de permanência, todos eles tiveram algumas coisas em comum em suas passagens: pressão, falta de sucesso e principalmente problemas com a diretoria. Interessante aqui abrir uma pequena aspas a Mourinho, no qual foi o único a conquistar um título relevante, a Europa League 2016/17, primeiro troféu do clube na competição, mesmo que pelo óbvio motivo de na maioria das vezes estar disputando a Champions.

Muito além dos treinadores, chegamos ao ponto mais crítico de tudo que ocorre com o Manchester United, que são os seus donos. Para quem não sabe, desde 2005 o clube foi adquirido pela tão mal falada família Glazer. Odiado por todos, os americanos tiveram ao longo dos anos, dezenas de atitudes questionáveis, acumulando uma dívida enorme que acumulada, chegou ao ápice de 1 bilhão de libras.

E aqui vai um adendo aos clubes brasileiros que tanto endeusam as tais SAF’s: passar o comando total de uma equipe a um dono altamente endinheirado nem sempre vai dar certo. Pior que isso, em alguns casos como dos Red Devils, a tendência é só piorar. E muito desse efeito, foi pelo fato dos Glazers, sequer se importarem com o esporte e consequentemente o time e sim com seu próprio bolso.

Mas, como em toda história há um super herói, o homem de capa e cueca por cima da roupa do United é Jim Ratcliffe. Com a aquisição de 25% do clube ao final do ano de 2023, a luz no fim do túnel (pelo menos financeiramente) começou a aparecer, baixando a dívida astronômica para 113 milhões de libras, segundo dados de setembro de 2024.

Desta forma, podemos concluir que a bagunça na diretoria, somada a saída de uma lenda com voz ativa no campo e fora dele e gastos exacerbados sem planejamentos, colocaram um dos clubes de maior visibilidade do mundo como mais um nas tabelas dos campeonatos que disputa.

Resta agora saber, se com a parceria Ruben Amorim/Jim Ratcliffe, o clube voltará a ser uma potência, seja no aspecto financeiro como também nos gramados. Deixe seus comentários e leia abaixo outros artigos como esse.