Uma das minhas maiores indignações a pelo menos três anos, é o quanto a mídia de forma geral ignora o bom futebol apresentado pela Internazionale. Enquanto vemos muitos elogios (merecidos inclusive) para o Manchester City, Real Madrid, Bayern entre outros, pouco se fala do gigante italiano em terras brasileiras.

Dominante nas competições domésticas e finalista da Champions League 2022/23 sendo parado apenas pelo chute colocado de Rodri, o time demonstra atributos muito sólidos em seu estilo de jogo, sempre atuando em uma formação com três zagueiros e alas extremamente ofensivos, algo que me agrada muito. 

Aliás, no futuro pretendo postar um conteúdo tático voltado somente a este tipo de lateral. Mas para hoje, vamos nos ater e focar principalmente na organização de contra-ataque deste time, que pra mim, é um dos melhores neste quesito.

Começando pela formação base do time, o 3-5-2, podemos observar que mesmo com variações de nomes, as características da equipe são mantidas mesmo diante de algumas particularidades naturais de cada atleta, algo positivo para firmar um estilo de jogo bem definido. Destaque para o meio-campo, onde o trio se complementa, tanto no aspecto ofensivo quanto defensivo.

Agora vamos ao nosso exemplo de contra-ataque, no qual escolhi uma situação ocorrida na vitória diante da Atalanta pelas semifinais da Supercopa Italiana. Com a abertura do placar logo no início da segunda etapa, a Inter estava em seu posicionamento mais confortável no aspecto defensivo, onde nitidamente esperava as investidas do ataque adversário, fazendo com que o 3-5-2 passe a ser um 5-3-2 com o recuo dos alas Federico Di Marco e Denzel Dumfries.

Bem protegido, o adversário busca a jogada de infiltração com Lookman, que é interceptado por Barella. Veja como o meia italiano após a roubada de bola, já levanta a cabeça para observar quais são as brechas defensivas da Atalanta para acelerar o jogo.

Ainda com a posse do camisa 23, vemos o movimento treinado de Dumfries, que sabendo que este é o momento do time acelerar, já busca dar opção pelo lado direito do campo, caso a bola longa seja possível ou para participar da jogada ofensiva posteriormente. Vendo a dificuldade da invertida, Barella opta pelo passe curto no espaço com Mkhitaryan. Notem a quantidade de jogadores adversário atrás da linha da bola e a vantagem numérica da Inter neste começo de jogada. 

Fiz questão de marcar Lautaro Martínez pelo centro, no qual mesmo não sendo este o caso, muitas vezes neste tipo de lance opta por se aproximar para dar uma opção de “parede” para quem vem de trás. Assim como Dumfries, vemos no destaque a descida de Di Marco pelo lado oposto.

Mkhitaryan prende a bola e arranca até o momento de ser barrado por três adversários, mas mesmo assim encontra a linha de passe com Barella. 

Aqui preciso fazer uma menção especial a inteligência e visão de jogo de Barella: antes mesmo da bola chegar aos seus pés ele já havia arquitetado os próximos passos. Com um passe de primeira, ele clareia a jogada, deixando Di Marco livre do lado esquerdo para avançar em velocidade.

Já no campo ofensivo, Di Marco tem duas opções de passe, ambos no “mano a mano” sendo Taremi o mais próximo e Dumfries mais distante do lado oposto.

O passe sai mais próximo, mas o camisa 99 não consegue o domínio. Com a dividida do zagueiro, a bola fica viva no lado direito. Percebam a aproximação de Dumfries ao local da jogada. 

Com velocidade, o camisa 2 chega até a bola e finaliza de primeira, a bola toca no travessão e o belo gol de contra-ataque sai. Tudo isso ocorrendo com apenas seis trocas de passes em 13 segundos desde a roubada de bola na defesa, uma aula de como aproveitar espaços!

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