Após 12 anos de sua partida em busca de fazer o seu nome no cenário mundial futebolístico, Neymar está de volta. No dia que marcou o seu aniversário de 33 anos, o “adulto Ney” fez sua reestreia para o delírio dos torcedores que lotaram a Vila Belmiro neste dia 5 de fevereiro.

Ainda com pouco ritmo de jogo (algo confessado em entrevista no campo pós partida inclusive), o atacante vestiu a lendária camisa 10 de Pelé por exatos 51 minutos, tempo acima do esperado por todos, já que a expectativa era de apenas 30.

Deixando a emoção do momento de lado, vamos fazer uma análise tatica profunda desta volta ao futebol brasileiro.

O Santos pré Neymar

Antes de começar, devemos compreender qual era o jeito de jogar do Santos previamente a sua estreia para entender em qual contexto ele deve ser adaptado. Desde a chegada do português Pedro Caixinha ao comando, a equipe vem atuando em uma formação 4-2-3-1, com o seguinte onze inicial:

Com este entendimento, podemos afirmar que existem dois setores mais prováveis em que o ex-Barcelona pode atuar: como um meia centralizado ou na ponta esquerda, este último onde ele mais brilhou e performou em sua carreira.

Porém, há de se ponderar uma situação aqui: a grande temporada vivida por Guilherme, sendo neste momento o craque do Paulistão e artilheiro da competição com 7 gols. Claro que não estou dizendo que Neymar bancaria para o ex-Grêmio, mas neste momento, é mais prudente não mexer no seu principal jogador e correr o risco de baixar o seu desempenho. 

E foi exatamente a opção de Pedro Caixinha (pelo menos inicialmente) no qual veremos a seguir.

A atuação de Neymar contra o Botafogo

Na primeira partida como opção no banco de reservas, o Santos repetiu a formação na qual havia vencido o clássico contra o São Paulo, com exceções de Zé Ivaldo (suspenso) e Vinicius Lira, lesionado.

Diante do 1 a 0 no placar conquistado no primeiro tempo, Neymar é chamado. O escolhido para dar lugar a ele, é o jovem Gabriel Bontempo. Com isso, há um reajuste de posições na penúltima linha ofensiva: Soteldo que atuava centralizado, vai para a ponta-direita e o camisa 10 ocupa sua posição.

Durante toda a sua estreia, Neymar flutuou entre o meio do campo e a ponta, variando este posicionamento conforme a postura de Guilherme, formando uma dobradinha que mesmo em poucos minutos já mostra que pode dar muitas alegrias ao Santos. 

Outra coisa que vimos o atacante fazer e muito, foi dar opções de passe, movimentando sempre as costas da primeira linha defensiva do Botafogo sendo o cara da criação do time, algo já observado em jogos da seleção brasileira. 

E como não podia faltar, muitas faltas sofridas, às vezes com entradas mais fortes por parte dos atletas visitantes, que claramente não queriam que este retorno fosse com gol.

O ápice da sua reestreia foi a grande jogada feita aos 61 minutos, quando após receber passe de Soteldo frente a área, dribla dois adversários e só não marca um golaço de perna esquerda por conta da boa defesa do goleiro João Carlos.

Obviamente com a ajuda dos companheiros, vimos Neymar sendo o centro das jogadas ofensivas inclusive nas bolas paradas, terminando a partida como o segundo atacante com mais ações com a bola mesmo atuando metade do período (atrás somente de Guilherme com 68), 7 finalizações e líder em faltas sofridas.

De modo geral, o retorno aos gramados mesmo com o empate, foi acima do esperado, considerando que sua última partida oficial ocorreu a exatos 4 meses. 

Neymar pode ser um camisa 10 no Santos

A minha opinião é que sim, Neymar tem grandes chances de ser um camisa 10 no Santos. Como disse, já vimos este tipo de posicionamento em sua carreira e agora, diante do contexto de idade e também das características do elenco do Santos, faz ainda mais sentido vê-lo atuar dessa forma. 

Mas não podemos descartar vê-lo dar suas famosas arrancadas da esquerda pro gol, sua marca registrada mesmo que em uma frequência muito menor. Por fim, este retorno faz bem para os dois, o santista renova as suas esperanças de dias melhores e Neymar certamente vai reencontrar o seu bom futebol.

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